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Mostrando postagens de janeiro, 2020

A casa

Minha casa é o espaço das minhas sensações  Ela não é feita de tijolos, cimento e vergalhões Ela consiste no conjunto das minhas emoções  Seu chão é firmado no meu passado de ilusões  Seu telhado é a soma das minhas projeções  A estrutura da minha casa é etérea, fluida, sutil O tempo fluindo entre um março e um abril Pinta as minhas paredes de rosa, cinza e anil Às vezes me brinda com uma coragem febril E às vezes me leva rumo a um desespero infantil  E no contínuo fluir do oceano dos meus afetos Percebo o ruir daquilo que achava ser certo Aos poucos do sono de mim mesmo desperto Me libertando do peso duro de um concreto Que me esmagava sob a pretensão de ser teto E que limitava a dimensão das minhas asas Fazendo de gaiola o que deveria ser a casa Reduzindo o calor do meu fogo a uma brasa Se agarrando com apego a essa mentira rasa Da separação criada entre o ser e sua causa  Percebendo a ruptura dessa grande ilusão Que se esvai em meio ao vazio da meditação  Vou aos poucos aquietando m