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Mostrando postagens de julho, 2018

Vida

A vida é essa coisa que pulsa Esse movimento sem chegada Essa estrada sem partida Essa dança de vontades A vida é essa respiração Esse desabrochar do ser Essa floração do espírito Essa transmutação sem fim A vida é essa dinâmica Essa luta por espaço Essa batalha de pulsões Essa eterna ambivalência A vida é um nascimento Mas é também uma morte É o sofrimento que pede A percepção ou a sorte A vida é esse fractal Essa cascata hierárquica Da mitocôndria ao homem Do fragmento ao todo A vida é o caminho do tempo A força da finitude Que na busca da eternidade Manifesta a sua verdade

O ser e a música

Existe uma neblina que se interpõe entre observador e ser  E quando ela se adensa me atrapalha a visão  O primeiro sintoma é a desconexão  O tempo do mundo deixa de ser o tempo do ser  A transcendência passa a ser quase uma necessidade  O ser se sente sufocado pelo maquinismo do cotidiano  A rotina parece ser o combustível dessa neblina  Ela se alimenta de condicionamento e incompreensão  Mas acontece que o ser é forte  Ele também quer fazer valer sua vontade de potência  E de pouco em pouco vai se fazendo ouvir Sussurrando constantemente nos ouvidos desse observador  Tentando se iluminar para se fazer ver através da neblina  E nisso ela se espalha e se enfraquece  A neblina também se cansa, sua opacidade pesa E nessa dança de vontades o ser se revela  O primeiro sinal é uma leveza segura, uma certeza na presença  Uma harmonia fluida, resoluta, não diminuta, mas dominante  O segundo sinal é a certeza no ritmo O tempo dos afetos se adeqüa ao te